Como levar C-Levels para o Gemba?

fevereiro 27, 2023 Artigo
Blog post by Michael Ballé Saber mais

Essa é uma excelente pergunta e não tem uma resposta fácil.

Por que vamos ao gemba?

Em primeiro lugar, por que vamos ao Gemba? O primeiro ponto é que nós queremos testar as nossas hipóteses sobre como as coisas realmente acontecem. Ao procurar problemas, descobrimos onde nossas suposições estavam certas e o que precisamos repensar.

Também vamos ao gemba para reconhecer a experiência das pessoas que estão ali: seus desejos, suas ideias e as suas frustrações. Isto é difícil porque, enquanto executivos, sentimos muitas vezes que precisamos ter as respostas sempre, que as pessoas esperam que façamos algo em relação a tudo. É extremamente difícil ouvirmos os problemas e não sermos capazes de nos comprometer a resolvê-los imediatamente. Mas, na verdade, as pessoas procuram sobretudo o reconhecimento – além da ajuda. O reconhecimento do seu trabalho, dos seus problemas e dos seus esforços.

Em terceiro lugar, estimulamos que as pessoas afirmem quais são os verdadeiros problemas, através da observação, análise, discussão e experimentação, a fim de colocar energia onde é necessário e motivar as pessoas a experimentar. O Kaizen é sempre um sucesso, mesmo que falhe, desde que aprendamos e compreendamos melhor os nossos problemas, para que a próxima contramedida tenha uma maior probabilidade de sucesso.

compreender a situação é a chave para melhores escolhas

Alguns executivos adoram isso. Adoram compreender o que realmente se passa quando os clientes utilizam o produto ou serviço, e o que realmente se passa onde o valor é agregado. Eles ampliam seus modelos mentais ou mesmo os desafiam, uma vez que acreditam que uma melhor compreensão da situação é a chave para melhores escolhas e melhores resultados. E, neste ponto, eles se sentem confortáveis por não terem todas as respostas, pois estão lá para aprender, não para corrigir ou resolver um problema.

Outros sentem-se realmente desconfortáveis com a confusão dos problemas da vida real. Sentem que foram contratados pela sua capacidade de analisar e têm intuições sobre o que fazer, por isso, a arrogância do mundo real atrapalha. Estes precisam de clareza. Sentem também que estão lá para tomar decisões, para ir ao fundo da questão e, claro, que não se pode agradar a todos.

Os primeiros saltarão para qualquer oportunidade de ir ao Gemba. Eles se sentirão à vontade e tranquilos em fazer o que é certo para o negócio. Os demais odiarão cada minuto e vão considerar ser uma perda de tempo.

Claro que, quando o próprio CEO lidera as idas ao Gemba, os demais sábios executivos decidem muitas vezes que pode não ser uma má ideia seguir o exemplo. Mas, invariavelmente, depois de algumas tentativas, a realidade se impõe – alguns vão continuar porque adoram e, muito em breve, se verão incapazes de gerir sem estarem no Gemba, e outros vão adiar visitas, remarcar e eventualmente deixarão de ir.

A verdadeira questão para o CEO é: que tipo de executivos quer promover a C-Level? Fora isso, lamento não conhecer nenhuma receita para levar um executivo C-Level ao Gemba, se já não sentem que é uma parte fundamental de seu trabalho.

Michael Ballé

Michael Ballé e autor, palestrante e pesquisador das diversas dimensões da Transformação Lean. É co-autor da trilogia The Lean Strategy e The Gold Mine. É reconhecido mundialmente por treinar CEOs e executivos no gemba. É também Diretor Administrativo da ESG Consultants e co-fundador do Projeto Lean Entreprise e do Lean Institute França. Por mais de uma década, ele se concentrou nas implicações humanas da implementação Lean nas áreas de manufatura, saúde e processos administrativos – e ajudou muitas empresas a executar com sucesso seus programas Lean.

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