Usamos a nossa mente para pensar e é incrivelmente difícil detectar nossos vícios enquanto pensamos. Aprendi, da forma mais difícil, que isso é algo que não se pode fazer sozinho. Para explorar novas ideias, você deve colaborar com os outros e experimentar em primeira mão. De muitas maneiras o gemba é o que melhor ensina.
Mas o que o Gemba tem a ensinar com relação à Liderança Lean?
Aqui vão alguns insights! 😉
1. Performance humana é um processo dinâmico. Não é a otimização de algo estático! Eu percebi que costumava enxergar a “organização” como uma maneira perfeita de juntar as caixas certas e colocar as pessoas, já treinadas, nestas caixas para “ajustar” e otimizar o sistema através de ferramentas de excelência. A dinâmica natural de just-in-time e a natureza desafiadora do Lean e/ou Kaizen são, precisamente, responsáveis por criar desempenho a longo prazo, dando às pessoas o senso de direção e progresso, mesmo que eventos adversos dificultem encontrar vitórias fáceis.
2. Liderança pode ser aprendida e ensinada. Aqui vai uma dica muito importante: ninguém “nasce líder” ou “nasce para obedecer”! Isso me fez repensar minhas convicções Na verdade, ao contrário de existirem líderes e liderados, em situações reais existem líderes e líderes, mas em pontos e níveis diferentes. Isso me fez enxergar o que David Marquet chama de relacionamento “líder-líder” e me fez procurar desenvolver habilidades em toda a minha equipe diariamente. Todos podem – e devem – aprender a liderar em seu ambiente de trabalho.
3. O sistema Lean é um sistema de aprendizado, não de gestão. Cada vez mais nós percebemos que a razão do sucesso de um negócio está totalmente ligada a conhecer a fundo os problemas do cliente e buscar solucioná-los tecnicamente. Como os problemas dos clientes mudam cada vez mais rápido e as questões técnicas relacionadas a eles são cada vez mais complexas, o jeito é enxergar Lean (TPS em geral) como um sistema de aprendizado para explorar novas maneiras de se fazer as coisas – adicionando valor a elas. Isso vai na direção contrária do sistema de gestão que deixa as coisas como estão.
Nossa busca é por um sistema de negócio que concilie a satisfação dos clientes com a satisfação dos colaboradores, o lucro ao desenvolvimento das pessoas, a empresa ao ambiente social. Isso não é mito – já vimos isso acontecer diversas vezes. Mas é necessário um pensamento diferente que depende do aprofundamento das relações entre os colaboradores e o trabalho, além de aprofundar o relacionamento entre trabalho e os benefícios ao cliente através do bom entendimento do que está acontecendo.