Você se considera uma pessoa inovadora? Por que é tão difícil ter novas ideias?
Usamos a nossa mente para pensar e é incrivelmente difícil detectar nossos vícios enquanto pensamos. Aprendi, da forma mais difícil, que isso é algo que não se pode fazer sozinho. Para explorar novas ideias você deve colaborar com os outros e experimentar em primeira mão. De muitas maneiras o gemba é o que melhor ensina.
- Performance humana é um processo dinâmico, não é a otimização de algo estático: eu percebi que enxergava a “organização” como uma maneira perfeita de juntar as caixas certas e colocar as pessoas, já treinadas, nestas caixas para “ajustar” e otimizar o sistema através de ferramentas de excelência. Eu sei que a dinâmica natural de just-in-time e a natureza desafiadora do Lean e ou kaizen são, precisamente, responsáveis por criar desempenho a longo prazo, dando às pessoas senso de direção e progresso, mesmo que eventos adversos dificultem encontrar vitórias fáceis.
- Liderança pode ser aprendida e ensinada e ninguém “nasce líder” ou “nasce para obedecer” – isso me fez repensar minhas convicções que, na verdade, ao contrário de existirem líderes e liderados, em situações reais, existem líderes e líderes, mas em pontos e níveis diferentes. Isso me fez enxergar o que David Marquet chama de relacionamento “líder-líder” e desenvolver habilidades diárias em todos. Todos podem aprender a liderar em seu ambiente imediato.
- O sistema Lean é um sistema de aprendizado, não de administração. Progressivamente nós percebemos que, ultimamente, as raízes de todos os sucessos nos negócios se deve a entender como a compreensão técnica pode ajudar os clientes com os problemas e seus problemas. Como os problemas dos clientes mudam cada vez mais rápido e os problemas técnicos são cada vez mais difíceis, o jeito é enxergar Lean (TPS em geral) como um sistema de aprendizado para explorar novas maneiras de se fazer coisas adicionando valor a elas, indo na direção contrária do sistema de gestão que deixa as coisas como elas estão.
Nossa busca é por um sistema de negócios que concilie a satisfação dos clientes e a satisfação dos empregados, lucro e desenvolvimento de pessoas, a empresa e o ambiente social. Isso não é mito – já vimos isso acontecer diversas vezes, mas é necessário um pensamento diferente que depende do aprofundamento da relação entre os colaboradores e o trabalho deles através das próprias responsabilidades para seus conhecimento, além de apronfundar o relacionamento entre trabalho e benefícios ao cliente através do bom entendimento do que está acontecendo.
Sobre o autor
Ph.D. Michael Ballé, é escritor de negócios e coach executivo que tem se dedicado ao estudo da transformação Lean nos últimos 20 anos. Ballé é pesquisador associado no Projeto Lean Enterprise do Télécom ParisTech’s e co-fundador do French Lean Institute. Ele treina CEOs e executivos a utilizarem o Lean para melhorar radicalmente o desempenho de seus negócios e a estabelecer uma cultura Lean dentro de suas empresas. Ele é co-autor da trilogia The Gold Mine, The Lean Manager e Lead with Respect, vencedoras do Shingo-Prize.