A ineficiência do home office

Fabio Silva

Blog post by Fabio Silva

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December 29, 2021 | Artigo

A maioria das pessoas com as quais converso costuma afirmar que gosta do home office ou, ao menos, da possibilidade de usufruir dele em alguns momentos. Eu inclusive. A pandemia e o isolamento social nos levou abruptamente a deslocar nossos postos de trabalho para casa de forma muito rápida e, muitas vezes, muito pouco estruturada. Simplesmente, processos que ocorriam dentro das empresas foram separados e pulverizados dentro de nossas casas. Enquanto não havia outra alternativa, tudo bem: era isso ou nada, vale o esforço. Mas a impressão de que „tudo“ seria muito melhor se feito de forma remota foi rapidamente comprovada como um ledo engano. 

O primeiro sinal visivel desta comprovação é o fato de que as reuniões se multiplicaram. O tempo de jornada de trabalho aumentou, a quantidade de repetições e interações desnecessárias se multiplicou e a percepção de nivel de estresse aumentou.

Existem casos em que a produtividade pode ter aumentado? Sim, é claro. Tipos de trabalho que demandam alto grau de concetração, de forma autônoma, com baixa necessidade de interação, podem ter sim sua eficiência aumentada. Porém esses casos são cada vez mais raros no mundo em que vivemos. Quanto mais complexo e interativo o trabalho se coloca, mais a distância atrapalha ao invés de ajudar. Analisar estas frases somente pelo ponto de vista técnico, isto é, excluíndo aqui benefícios pessoais da prática, a conclusão é que processos que já eram pouco eficientes dentro das empresas, ao serem deslocados e pulverizados de forma remota, perderam, sim, muita produtividade. 

Emoções e gostos à parte, aqui vão os reais motivos dessa ineficiência:

– Multilocalização: Aquilo que já não funciona bem estando próximo, raramente funcionará melhor à distância.

– Processo desestruturado: É imprecindivel criar processos com fluxo claramente definido, estruturados em sistemas informatizados e monitorados de todo roteiro da transformação da informação. Caso contrário, estaremos lidando um possível caro e arriscado improviso. „Fazer por e-mail“ não é a definitivamente a melhor forma de estruturar processos.

– Medição do desempenho: Sem ferramentas que permitam o monitoramento completo do desempenho dos processos, cria-se uma série de atividades redundantes e desnecessárias para conseguir „extrair“ a real situação atual, seu desempenho e indicadores.     

– Gestão à distância: Sem ter visibilidade da operação, a tendência das lideranças é praticar o microgerenciamente, isto é, se aproximar demais a ponto de sobrepor responsabilidades de seus liderados e perder a visão do todo, do que é relevante e prioritário.

É imprescindível, como já falamos, que os processos sejam muito bem desenvolvidos para que funcionem bem de forma remota e que a gestão tenha ferramentas para enxergar a atuação quando necessário.

Só assim se torna possivel e plausível a tão sonhada eficiência. No home office ou onde quer que seja.

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