“Já chegamos na Indústria 3.8“ 

Qual é o principal motivador para a TRUMPF desenvolver modelos de negócios digitais?

Kunz: Claramente são os clientes. Graças à digitalização, agora temos muito mais transparência sobre suas necessidades. É por isso que queremos oferecer a eles soluções que vão além da produção pura, que os ajudem a fazer negócios e, acima de tudo, evitem que a máquina fique parada. Porque isso sempre é o mais caro. 

Quais novos modelos de negócios a TRUMPF desenvolveu nos últimos anos?

Kunz: Por exemplo, o software “Oseon”, que os clientes podem usar para controlar sua produção e fluxo de materiais. Este software pode ser expandido nas áreas de armazenamento, logística e interfaces – até a interligação completa da empresa. Ou “pagamento por peça”, o uso da máquina como um serviço, onde os clientes pagam apenas pelas peças fabricadas. A TRUMPF assume o planejamento e controle remotos da produção, bem como a programação e manutenção da máquina.

Além da digitalização, a sustentabilidade está atualmente no topo da agenda de muitas empresas. Como a TRUMPF conecta esses dois temas?

Kunz: Na Intech deste ano, apresentamos a empresa recém-fundada “Scrap2Value”, na qual a TRUMPF também é acionista. Aqui, deixamo-nos guiar pela ideia de sustentabilidade e desenvolvemos uma solução para reciclagem de sucata mais inteligente. Porque se a sucata for classificada corretamente, pode ser processada de maneira muito mais neutra em termos de clima, o que por sua vez influencia o balanço de gases de efeito estufa da empresa. Pela classificação correta, podemos abordar até 40 por cento de nossa pegada de CO2. E ao vinculá-la ao “Oseon”, a solução se torna ainda mais inteligente e ganha valor adicional para o cliente.

Embora muitas empresas estejam lidando intensamente com a digitalização, o estudo mais recente da Staufen também mostra que, em muitos lugares, a transformação está avançando lentamente. O que a TRUMPF faz de melhor ou diferente?

Kunz: Também para nós, a transformação foi muito exigente e está longe de acabar. Eu diria que, se a Indústria 4.0 é o objetivo, já alcançamos a 3.8. A clara posição como um departamento executivo nos ajudou com o projeto de mudança. O Sr. Kammüller, nosso acionista, assumiu o papel de CDO e impulsionou toda a mudança.

Se olharmos para o futuro: Onde a TRUMPF estará em 2030? E onde estará sua indústria?

Kunz: Esperamos que a tendência para a sustentabilidade leve ao crescimento no processamento de chapas metálicas. Muitos componentes ainda são “fresados a partir do sólido”. Em vista das economias de energia necessárias, do Pacto Verde Europeu e dos preços associados de CO2, isso não será mais viável para todas as aplicações. Portanto, muitos vão recorrer a métodos de construção alternativos com chapas metálicas. A tendência para a interligação também continuará, não apenas dentro da fábrica, mas também em plantas inteiras. Como resultado, serão necessárias significativamente menos máquinas e a utilização da capacidade aumentará. Devido à escassez de mão de obra qualificada, a demanda por soluções de automação aumentará. Portanto, a TRUMPF aposta em soluções de consultoria individualizadas e soluções globais sob medida para nossos clientes.