Clara está prestes a fazer 3 anos – e ela chora todos os dias porque não quer ir à escola. Aperta o coração, mas eu a levo e a deixo lá, chorando mesmo. Estou ensinando para Clara que a vontade é algo que escapa ao nosso controle. E que temos que lidar com coisas que não temos vontade. Tão ou mais importante que fazer o que gostamos, é fazer o que não gostamos quando temos que fazer. Nesse sentido, nós perdemos a capacidade do descontentamento.
UM TRABALHO QUE EU NÃO QUERO
Assumi uma responsabilidade nova no trabalho. Entretanto, não gosto de fazer o trabalho que “tenho que fazer”. Gosto das pessoas, do ambiente, mas aquele trabalho não me apetece, não me anima, não me deixa motivado.
“Dane-se”! Ele precisa ser feito – e eu vou fazer! Então, para isso, eu preciso de Força de Vontade.
Luto todos os dias para encontrar pontos de conexão entre o trabalho que preciso fazer, minha motivação e alegria para aprender a fazê-lo, com o máximo de paixão possível.
É importante dizer: vontade é diferente de força de vontade. Vontade é querer algo. Força de Vontade é agir para o que se quer.
liderar requer força de vontade
Quando educamos os filhos, estamos educando a nós mesmos. Você não educa um filho sem dizer nada. Ele aprende olhando o que você faz.
Por isso, ou você melhora, ou não vai educar tão bem quanto gostaria. Pois ele segue seu exemplo.
ISSO VALE PARA AS EQUIPES!
O tempo todo os times estão medindo nosso desempenho pelo nosso empenho, e pela forma como lidamos com as mais diversas situações. Pelo que aceitamos e refutamos. Liderança é um exercício de exemplo.
E é fácil ser exemplo discursando ou concentrado, falo por experiência própria, difícil é ser exemplo quando tudo dá errado. Ou quando algo foge ao controle, ou quando assumimos algo que nos apavora e precisamos decidir.
Nessa hora é que todos nos observam: filhos, amigos, liderados e chefes.
‘Genchi Genbutsu’
O líder tem o dever de apontar os problemas, inconstâncias e faltas da equipe. Não para punir, ameaçar, ou humilhar, e sim para educar. Para promover a melhoria contínua. Também deve dizer o que é duro, mas que mesmo assim deve ser feito.
Isso me lembra aquela prática oriental do ‘Genchi Genbutsu‘, que diz que “se você, líder, não tiver 10 minutos de SOBRA, não saia da sua sala”. Pois se você sair e ver algo errado, deve parar imediatamente o que está fazendo para conduzir a situação.
Passar por aquilo, ver e não agir é muito pior do que o problema em si. Isso é a sua postura, a sua conduta, o seu exemplo como líder. Por isso, quando interagir com seus colegas e times, fique atento aos padrões que devem ser observados e imediatamente dê feedbacks quando identificar os desvios.
Concluindo
Mais do que fazer o que se quer, precisamos reaprender a fazer o que deve ser feito, e no lugar de atender as nossas vontades, precisamos desenvolver em nós mesmos – e nas pessoas que nos rodeiam – a força de vontade necessária para realizar coisas importantes.
Ser exemplo não é ser perfeito. É atuar da maneira certa nos mais diversos momentos. Isso é liderar – e a liderança clama por bons exemplos.
Muitos têm vontade de liderar. Mas vontade não basta – liderar requer força de vontade.
Este artigo foi Idealizado por Forlogic, postado originalmente no Blog da Qualidade 17/08/2021.
AUTOR
Sou co-fundador da ForLogic Software. Hoje atuo com gente, cultura e gestão.
Sou um dos criadores do Qualiex, do Qualicast (o 1º Podcast nacional focado em qualidade), criador do Blog da Qualidade (o maior blog sobre Qualidade do Brasil).
Mestre em Engenharia da Produção pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), auditor líder formado com orgulho pela ATSG na ISO9001 e 22000, pai, empreendedor, e um inconformado de plantão!
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