“Eu vejo exemplos em Lean, no Brasil, melhores do que nos Estados Unidos. Isso porque existem boas lideranças dentro das empresas”, afirmou o Dr. Jeffrey Liker durante sua palestra no seminário internacional em Lean, Best Practice Day, em Itupeva (SP).
O palestrante convidado para a abertura da primeira Conferência Internacional da Staufen Táktica, que aconteceu em outubro, autor de inúmeros livros sobre Lean, entre eles, “Toyota Way” e “Toyota Way para Liderança Lean”, esteve no país para discutir a formação de líderes nas empresas.
Jeffrey Liker iniciou contextualizando o sistema Lean desenvolvido pela Toyota, no Japão, e as diferenças entre a experiência japonesa e a visão do sistema em outros países, como o americano.
O professor da Universidade de Michigan apresentou tópicos em uma organização que busca reduzir os desperdícios e aumentar o valor para seus clientes em todo o seu fluxo, com o funcionamento do processo de transformação e seus responsáveis.
Liker abordou o tema Liderança Lean, com ênfase na necessidade de desenvolver pessoas e cultura Lean para alcançar alto desempenho.
Como já atuou por mais de uma década na Embraer, no Brasil, apontou como a aplicação do Lean contribui no desenvolvimento de produtos, “eles têm praticado ótimas melhorias na redução de custo e lead time de desenvolvimento e também com melhorias significativas em qualidade, padronizaram os processos, reduziram o lead time, melhoraram a produtividade e a qualidade”.
Na oportunidade, o palestrante citou a expressão “go and see”, reforçando que muitos engenheiros permanecem em frente a seus computadores, sem ir até a planta industrial, “um outro valor no Toyota é ir ver por si mesmo. Se você ficar sentado no escritório, não aprenderá só em frente ao computador, precisa ir lá e ver o processo, vivenciar”.
O especialista Lean ao abordar o trabalho em equipe afirmou que existe o jeito correto para se perguntar, sem intimidar as pessoas, sendo importante questionar o processo e não a pessoa. “No desenvolvimento de líderes é importante um padrão de trabalho, uma rotina, ir até o chão de fábrica e verificar o problema, checar o processo”, enfatizou.
“Você deve ensinar perguntando e não fornecendo respostas. Quando você dá a resposta, a pessoa deixa de pensar. O obedecer na América Latina ainda é muito forte, precisa ser desmistificado”, afirmou.
Ao citar o Toyota Kata, Liker ressaltou que ele deve ser uma ferramenta dentro da rotina, um hábito de trabalho. Para ele, ao ensinar o método de melhoria, as tarefas devem ser divididas; cada um deve aprender como executar a tarefa do outro.
Jeffrey Liker ainda abordou que o líder precisa desenvolver habilidade em saber quando é o momento para um feedback crítico, “você pode avançar em Lean, de acordo com a capacidade que desenvolve de seu líder”.
Jeffrey Liker já participou de duas edições do Best Practice Day na Alemanha e aprovou o evento no Brasil, que incluiu além das palestras, atividades práticas e visitas às empresas.
Informações: www.best-practice-day.com.br