Dário Spinola, como era o mercado no Brasil há 20 anos?
Há 20 anos, o mercado estava em alta após uma recessão e muitas empresas internacionais estavam investindo no Brasil. Meu sócio Paulo Lima e eu acreditávamos que muitas empresas precisavam estabelecer os processos certos. O tema Lean também era novo. Foi mais associado à aplicação de princípios e métodos japoneses aos locais de produção.
E, hoje?
Ainda há muito potencial, principalmente no setor automotivo ou de máquinas, que é promissor para os próximos anos. No entanto, a questão principal será: o que podemos fazer para crescer com eficiência? Atualmente, a agroindústria e a indústria de alimentos são muito fortes, tendo em vista que o Brasil é um país grande. Os bens de consumo, em particular, estão sendo cultivados para acompanhar a demanda global. O Brasil é um país muito rico em commodities. Temos muitas reservas de mineração, principalmente de minérios: aço e ferro.
Onde você vê o maior potencial de otimização no Brasil?
Como o Brasil é um país muito grande – temos terras equivalentes a dez vezes ou mais que a Alemanha – o maior potencial está no transporte e na logística, ou seja, na movimentação dos produtos. Em muitas empresas, a logística representa cerca de 8 a 12 por cento do custo total de um produto. O transporte é um desperdício caro.
Olhando para o futuro, quais são suas expectativas para o Brasil nos próximos anos?
Como é o caso em todo o mundo, as empresas no Brasil estão buscando a digitalização. Espero uma maior adoção de ferramentas colaborativas, como usamos ciência de dados, process mining, automação, dispositivos móveis. Como consultores de transformação, acreditamos que é importante criar estabilidade primeiro, independentemente do tipo de processo com o qual você está trabalhando. Remova o desperdício, padronize o processo e então você pode adicionar a digitalização a isso.
DÁRIO SPINOLA
Managing Director
STAUFEN.Táktica