“Organize as palavras-chave do momento de forma estratégica, apesar da atmosfera agitada.” 

O que caracteriza cada um dos elementos Lean, Digital, Green e Resiliência?

Feldmeth: Os quatro tópicos e os campos de consultoria baseiam-se uns nos outros. O Lean Management, na primeira fase, estabelece os fundamentos para processos de ponta a ponta de última geração. Tópicos básicos como a redução de desperdício, o foco no benefício do cliente e a redução dos prazos de entrega continuam atuais no ambiente industrial, precisamente nesta era de digitalização. Ao utilizarmos ferramentas digitais e ao adotarmos o conceito de lean, podemos obter melhorias adicionais no processo e aumentar o desempenho. Hoje em dia, é cada vez mais importante adotar uma atitude ecológica, concentrar-se na economia de recursos e na produção sustentável, bem como nos elementos essenciais da Gestão Lean e na área da resiliência. A adaptabilidade e as redes de produção que abrangem toda a empresa são o foco principal. No que diz respeito aos processos otimizados de ponta a ponta, concentramo-nos em todo o fluxo de valor e otimizamos os vários fluxos da empresa. Além do fluxo de materiais e informações, analisamos as consequências monetárias das atividades individuais sobre o resultado e a liquidez, bem como as emissões e o gerenciamento de recursos escassos.

A ordem específica em que estes campos devem ser executados é sempre a mesma?

Sprenger: A abordagem de consultoria deve ser selecionada individualmente para cada cliente, mas a nossa estrutura fornece uma ordem sensata. Ou seja, geralmente começamos com o lean e otimizamos os processos. Afinal, só os processos enxutos podem dar origem a processos digitalizados enxutos. Se a empresa for digitalizada de forma eficiente e eficaz, a jornada rumo à sustentabilidade ambiental e/ou à resiliência poderá continuar. Os dois primeiros elementos formam a base e, na sua implementação, dependem muito das outras áreas temáticas: “verde” e “resiliência”. Considerando os tópicos com os quais se deparam, muitos CEOs não se importam se a questão é a conformidade com os deveres de relato em relação à sustentabilidade ou com as redes ainda frágeis da cadeia de abastecimento. Porém, sem processos enxutos e digitalizados, não é possível encontrar uma boa solução para esses tópicos.

Então, você acha que as empresas devem proceder passo a passo, em vez de se lançarem de cabeça nos tópicos sustentabilidade e resiliência?

Feldmeth: Precisamente, e com essa ordem e estrutura, criamos uma estrutura que pode ajudar as empresas a organizar estrategicamente as palavras-chave do momento, apesar da atmosfera agitada.
O mais importante é que as empresas se avaliam de forma realista e identificam quais os campos de ação que devem ter prioridade na situação atual.

No entanto, para alguns assuntos atuais, como a lei da cadeia de suprimentos e os relatórios de sustentabilidade, as empresas precisam agir rapidamente. Que procedimentos você recomenda nesses casos?

Sprenger: Independentemente de uma empresa já ter implementado ou não uma criação de valor eficiente e digitalizada de acordo com os princípios enxutos, há deveres que não podem ser adiados. O cumprimento dos requisitos legais não significa, por si só, que uma empresa seja sustentável ou resiliente. É por isso que aconselho as empresas que ainda não adotaram a digitalização ou a enxugação de processos a definir prioridades. O conselho é claro: primeiro, certifique-se de que a base é sólida e, em seguida, estabeleça prioridades nas áreas temáticas verdes e resilientes. Com este processo estruturado, as empresas poderão alcançar o sucesso de forma mais rápida e eficiente. Aqui está um exemplo simplificado: se reduzir os seus processos de S&OP em todos os setores, usando critérios enxutos, e depois os digitalizar, será automaticamente mais resiliente, pois poderá sincronizar melhor a sua curva de procura e oferta. Ao mesmo tempo, será mais sustentável, pois reduzirá significativamente os níveis de existências e, portanto, poderá produzir com menos recursos.

Então, este procedimento só traz vantagens?

Sprenger: Sim, a maior otimização qualitativa e quantitativa pode ser obtida com um exame consistente de todas as áreas temáticas ao longo de toda a estrutura da ordem. O essencial aqui é a orientação estratégica fornecida pela administração, que orienta as capacidades existentes de maneira uniforme e prioriza as áreas temáticas. Caso contrário, obter-se-á uma colcha de retalhos que resolve problemas aqui e ali, mas não é possível explorar nenhum efeito de sinergia que abranja a interface, pois não há foco nos processos de ponta a ponta ou na ação centrada no cliente.