“Lean, digitalização e sustentabilidade estarão ainda mais interligados.”

Sr. Hausler, você diz que lean, digitalização e sustentabilidade fazem parte de um todo. Uma empresa pode iludir essa trindade hoje?

Na produção, essas três áreas não podem mais estar separadas. Elas são a chave para a competitividade global. Na Alemanha, o problema é que devemos alcançar a relação custo-benefício dos nossos concorrentes na Ásia e no Leste Europeu. Só podemos fazer isso com soluções criativas. Um fabricante de pequenas séries, como a ifm, por exemplo, não pode automatizar completamente a produção por motivos de custo. Como resultado, soluções inteligentes, como processos de IA que dão suporte a estações de trabalho manuais ou parcialmente automatizadas, as tornam competitivas em nível internacional.

pode explicar o efeito disto em números?

Antes de começarmos a confiar completamente na digitalização em 2017, conseguimos registrar regularmente um aumento de 3 a 5% na eficiência tomando medidas normais de melhoria. No entanto, isso não foi suficiente para manter nosso negócio competitivo na Alemanha. Tivemos que continuar cavando e conseguimos um avanço com ferramentas digitais: um aumento de eficiência de 10 a 20%!

Como o lean é incorporado a uma estratégia de digitalização?

As ferramentas digitais só podem gerar esse aumento de eficiência se a empresa tiver definido fluxos e processos claros; Lean oferece a base para um processo digital limpo. Na ifm, introduzimos uma estratégia clara e processos enxutos há mais de dez anos. Então fomos capazes de construir a digitalização em cima disso. Entre as empresas alemãs de médio porte, muitas não conseguiram fazer o dever de casa. Portanto, muitas vezes faltam processos mapeados digitalmente.

Muitas empresas temem ter que reformular toda a sua organização no decorrer da digitalização. Essa preocupação faz sentido?

I aAconselho começar com um projeto ‘lighthouse‘ em uma área pequena e claramente definida. Aqui está o porquê: Para eliminar preocupações, comece e tire conclusões para toda a empresa desde os primeiros passos. Aqui eu não falaria de marcos, mas sim de uma Jornada Lean que é continuada com novas ferramentas digitais. Muitos empreendedores não têm certeza sobre todas as novas ferramentas e não confiam em si mesmos para simplesmente experimentar as coisas. Infelizmente, este também é o caso de algumas grandes empresas. Mas rechaçar o ataque de novos concorrentes orientados para o digital requer coragem e abertura para novas tecnologias.

Como estimular a curiosidade e o comprometimento entre os funcionários?

Tentamos estimular a fantasia e a criatividade sem exigir resultados. Um exemplo: disponibilizei 25.000 euros aos nossos colaboradores para a compra de um robô. Nós começamos intencionalmente pequenos e não fizemos um plano de ROI. Em vez disso, o lema era: Aprenda a andar com a nova ferramenta e a formular possibilidades de uso sensato por meio de várias séries de experimentos. Uma empresa deve estar preparada para fazer esses investimentos de risco e dar espaço aos funcionários para cometerem erros e para explorarem becos sem saída. Pois nem sempre uma abordagem criativa leva ao sucesso. Nem sempre você deve se esforçar pela perfeição, deixe algum espaço para tentativa e erro.

Existe um exemplo de como essa abordagem resultou em um novo produto na ifm?

Um exemplo seria a “estação de trabalho inteligente” que desenvolvemos. Originalmente, a preocupação era evitar deslizes na fabricação de pequenas séries. Já havíamos esgotado os métodos usuais de sensores. Por isso, patrocinamos um hackathon com o tema “embalagem inteligente para pequenas séries”. Estudantes de sete universidades pesquisaram, experimentaram e desenvolveram por dois dias antes de apresentarem seus resultados. Uma ideia foi especialmente convincente: uma estação de trabalho com processamento de imagem assistido por IA como suporte para os funcionários. A integrante da equipe vencedora foi Sonja Reiner, que posteriormente contratamos e que, agora, como responsável pelo nosso sistema de assistência ao trabalhador “ifm mate”, está aprimorando-o. Ao resolver nossos próprios problemas, encontramos soluções e produtos para nós e para os nossos clientes.

Is the intelligent workstation also a way to address the looming shortage of skilled workers?

The system is predestined for making it possible to carry out complex activities without a lot of previous knowledge. However, in order to use the “ifm mate” sensibly, companies need to introduce lean. First the workflows in the physical world must be standardized consistently; only after that can additional potential be exploited with clever digital tools – keyword quality/error costs.

Como será a “fábrica do ano” daqui a cinco anos?

A digitalização e o aumento da eficiência continuarão sendo questões importantes, que serão cada vez mais marcadas pelo tema da sustentabilidade. Lean, digitalização e sustentabilidade estarão ainda mais entrelaçados. Isso significa que os sistemas inteligentes devem ser adaptados aos planos e linhas de produção e devem iniciar e desligar automaticamente. Especialmente os temas relacionados à economia de energia serão mais importantes. O Lean também entra em jogo aqui, pois somente se as máquinas e os processos funcionarem de maneira estável, o desligamento automático pode ser transferido para o sistema.

Isso significa que quem fica para trás em relação ao lean e à digitalização também perderá a noção do tema da sustentabilidade?

Muitas empresas não cumprirão os requisitos de sustentabilidade em tempo hábil e, por exemplo, não poderão definir claramente sua pegada de CO2. Mas as pressões sociais, políticas e econômicas estão aumentando. No futuro, a indústria será obrigada a fornecer dados limpos – e, portanto, também produtos limpos.